quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Sobre a ignorância

Na semana passada, foi julgado Lindemberg Alves Fernandes, pelo homicídio da adolescente Eloá. O caso foi de tanta repercussão que dispensa maiores descrições. Mas como o blog, se não for tirado do ar até lá, vai ser lido por meus filhos, é bom explicar do que se trata.
Lindemberg matou Eloá depois de mantê-la em cárcere privado por muitas horas. Nem sei quantas, mas penso que tenham sido mais de 30. A quantidade exata agora não é de relevo, mas o é o fato em si, com seus desdobramentos.
O crime foi passional. Não sei maiores detalhes, porque prefiro me manter distante deles. Foi muito noticiado na época, e agora novamente, que o motivo teria sido o ciúme.
Pois bem. Lindemberg foi preso, julgado e condenado. Até aí, nada de novo. Era o que teria que acontecer, diante da farta prova produzida pela televisão, rádio, jornais, e todos os demais meios de comunicação possíveis e imaginários durante as infindáveis horas de cárcere privado suportado pela jovem.
O que preocupou os mais atentos foi a reação popular, em muito insuflada pelas reportagens televisivas. Multidões bradavam pela condenação, e em certos momentos tive a nítida sensação de que estava sendo encenado o I-Juca Pirama, bem ali na minha frente.
Condenado o réu, a multidão foi, em parte, saciada em seus anseios por vê-lo apodrecer no cárcere. As penas impostas foram quantificadas todas em seu patamar máximo, para deleite dos radicais de plantão.
Coisas como o princípio da individualização da pena foram totalmente ignoradas, em prol da saciedade da massa humana faminta por um linchamento, mesmo que viesse em doses.
A pena ficou em 98 anos. Bem se sabe, não vai ser cumprida, porque no Brasil só é possível a um apenado ficar 30 anos encarcerado e todos lembram do famoso "Luz Vermelha".
Houve os que comemoraram a pena, como sendo "uma vitória para a mulher".
Ao meu ver, tal análise é absurda. Não há vitória alguma. Não vou aqui me apropriar do que disse a Martha Medeiros hoje em sua crônica publicada em Zero Hora, mas me permito elogiar o tino sociológico com que redigiu suas opiniões. Para ela, não houve triunfo algum com tal sentença. Houve foi o fracasso de toda uma sociedade, que se refletiu num ato insano de um jovem. É o preço que se paga por permitir o avanço da ignorância. Mas isto é assunto para um outro post.





segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Atualizando...

O blog andou meio abandonado, mas cá estou eu de volta.
É carnaval, mas não fui aos bailes.
Ainda sob fortíssima influência da Itália, estou lendo "Mil dias em Veneza".
Uma história que de tão real tem uma riqueza ímpar.
Uma mulher de meia-idade entra no carrossel de um romance com um até então desconhecido. Vende seus bens e parte para Veneza, onde passa a morar com ele.
Gostei muito da parte em que ela chega à casa dele. Toma um susto, porque o homem morava sozinho e imaginem como eram as coisas. Ela dá um jeito em tudo, e a casa fica apresentável. Mas o bom da história é que Marlena, a autora, conta como se sentia na cidade em que resolveu morar por amor, e como lhe foi dífícil adaptar-se. Quem já deixou sua terra natal um dia sabe bem que os vendedores dos mercados e o povo dos restaurantes são os primeiros amigos que se faz em uma nova cidade. Ainda não cheguei ao final. mas já me apaixonei pela história, e a recomendo aos amigos do blog. Bom carnaval a todos!

domingo, 12 de junho de 2011

Parla!

Hoje tive o privilégio de assistir um documentário sobre a vida de Michelangelo.
O enfoque foi interessantíssimo, porque voltado para o emocional do artista. Ariano, nascido em março de 1475, teve na competitividade um dos traços mais marcantes de sua personalidade. Sentia a necessidade de suplantar seus rivais, nada menos do que Rafael e Leonardo da Vinci. Esse foi seu móvel, o que lhe deu impulso.
A pintura, a arquitetura e a escultura foram sua vida e o tornaram homem de grandes posses. Nada estranhamente para um gênio, escolheu viver na pobreza e na absoluta falta de conforto. Bastava-lhe a arte, que o eternizou.
Nem o amor humano lhe fez falta e há poucas evidências de que tenha amado uma pessoa.
Muitas perguntas ficam, sem que se saiba como naquele tempo de tantas dificuldades foi capaz de extrair mármore da montanha e dar-lhe vida, de forma tão intensa. De onde veio a capacidade de misturar corantes naturais e materiais sem qualquer refinamento e transformá-los na mais sublime das obras eu sei. Pessoas como o Divino às vezes passam pela Terra. Ainda bem.

domingo, 17 de abril de 2011

Um encanto.


Não conhecia Adele, mas gostei muito das músicas, pela suavidade e encanto com que fala de coisas tão profundas. Coisas tão presentes na vida de todos nós, mas que permanecem quase sempre ocultas. Quando aparecem em filmes ou músicas é que nos damos por conta do quanto são importantes.
Um ótimo domingo a todos.

Suavemente

domingo, 3 de abril de 2011

O Carteiraço

Muito comum no Brasil é a "cultura" do "você sabe com quem está falando?"

Depois de muito pensar, após ver inúmeras demonstrações da tal despropositada e pernóstica teoria, não consegui identificar sua origem, o móvel por trás de sua utilização, cada vez mais frequente e nos lugares mais inadequados, como um evento com cunho beneficente de que participei ontem.

O que leva alguém a dar um "carteiraço", mesmo quando o que lhe é solicitado é o pagamento de uma entrada irrisória do ponto de vista econômico, mesmo sabendo que a destinação será para a benemerência?

Necessidade de auto-afirmação? Verdadeiro complexo de superioridade? Ou de inferioridade?
Talvez nada disto, talvez tudo.

Penso que, até por questão de civilidade, para dizer o menos, autoridades em geral, artistas e demais pessoas que por algum motivo tenham destaque no grupo social em que estejam inseridas, a menos que recebam a deferência de forma espontânea, não devem jamais valer-se de suas insígnias para burlar as regras postas.

Assumir-se como igual pode, sim, fazer a diferença.
E que os que costumam dar "carteiraços" leiam os livros da Célia Ribeiro.

Um ótimo domingo a todos!




domingo, 20 de março de 2011

A maior riqueza

Foto: Wikipédia.
Bom dia, amigos do Blog.

Não ia escrever nada sobre a recente catástrofe japonesa, de tão chocante que foi, pois mesmo estando no outro lado do planeta, a velocidade da informação impediu que alguém ficasse alheio ao problema, mesmo querendo, porque ás vezes não saber é mais fácil.

Desde os primeiros dias, o mundo todo volta seus olhos para o país dizimado, torcendo para que as coisas fiquem mais amenas e que o alento chegue até os atingidos.

Falar nas consequências da tragédia seria um lugar-comum, porque todos falam nisto.

Este post não foi de caso pensado, mas teve de ser escrito, porque o que me inspirou a fazê-lo foi uma foto que vi hoje no jornal. Não consegui copiá-la, porque as artes da Internet ainda me desafiam a aprender muito, mas posso falar do que vi.

Em meio à neve e entre destroços do que talvez tivesse sido um bairro, um grupo de japoneses calmamente sentados em cadeiras, ao redor de um fogo de chão onde era aquecida água obtida do próprio gelo ao redor, lia jornais.

Ao fundo, duas imagens de divindades japonesas.

O significado da fotografia é muito rico. Toca diretamente o coração, porque faz perceber o que realmente importa para aquelas pessoas: a vida, a amizade, o afeto, a fé. Nada mais de material lhes sobrou, mas permanecem inabaláveis. Leem jornais porque querem saber de seus compatriotas, talvez de parentes que morem em outras cidades. Leem porque estão calmos, e estão calmos porque têm esperança. A mesma esperança que seu Imperador disse para não perderem.

O Japão é, sim, um dos mais ricos países. Porque sua maior riqueza é seu povo.

Um ótimo domingo a todos.

terça-feira, 8 de março de 2011

Elegância and everything


A foto é de infoescola.com

Há alguns dias tive o privilégio de assisitir um documentário sobre as últimas coleções de Carolina Herrera.

Identifiquei-me na hora com o traço limpo e elegante da designer, para quem o famoso menos é mais não é um chavão, mas um estilo, mesmo quando ousa, pois sabe conjugar cores e texturas sem cair no excesso ou no lugar-comum. Corri ao site oficial e vi que os novos modelos são suaves, femininos e muito charmosos. Fiquei súper feliz porque minha saia preta com três babados não está old-fashioned! Mais ainda porque as sapatilhas continuam atuais! (Nós, mulheres altas e que não gostamos de saltos altos todos os dias, agradecemos). Muito mais ainda por causa dos terninhos com rasteirinhas, elegantíssimos!!

Graça e segurança foram os adjetivos utilizados pelo repórter na matéria para definir o modo como Carolina se portava nos bastidores do desfile da coleção que estava apresentando.
Não é o que todas queremos? Esbanjar graciosidade na vida como um todo, mas especialmente em nossos locais de trabalho, ao mesmo tempo em que nos sentimos seguras do que estamos fazendo? Não tenho nenhuma dúvida.

Por isto hoje, neste dia da mulher, escolhi a moda como assunto e Carolina como exemplo.
Sim, moda. Porque gostar do belo e de si própria não significa esquecer das mazelas da humanidade e muito menos deixar de fazer algo para diminuir o sofrimento alheio.

A moda, desde que dela não sejamos escravas, pode simbolizar a busca pela harmonia e pelo bem-estar, que é nosso direito fundamental nesta vida!

Parabéns a todas nós!






sexta-feira, 4 de março de 2011

A vida vai melhorar

Não que esteja ruim, mas tem coisas que acontecem de vez em quando e nos tiram do prumo, quase sem saber o que fazer. Nessas horas é difícil manter o equilíbrio, não estourar com quem causa o problema e com todos à volta. Também não é fácil resistir à tentação de assumir o papel da vítima injustiçada, aquela que nada fez para merecer, e tal.

Nessas horas de maré de contrariedades, penso que o essencial seja compreender que em algum momento fizemos algo que deu causa ao que aconteceu. Podemos ter permitido que uma pessoa agisse sem limites ou sem dar nada em troca durante muito tempo, e aí um dia o resultado vem. Pode ser também que a causa tenha sido outra que não consigamos identificar, mas o motivo em si não importa tanto, porque é preciso ir adiante e ponto final.

As emoções que Jung e Chopra chamam de sombra existem em todos nós e, quando surgem, exigem de nós um grande esforço para não sucumbir. Assim acontece quando ficamos com muita raiva, frustrados com algo que não deu certo como esperávamos, tristes por não podermos fazer o que queríamos.

Logicamente não podemos negar nossas emoções negativas. Elas são parte de nós. Porém, para que as coisas melhorem em nossas vidas e possamos permanecer conectados com uma Luz maior, que alguns chamam de Luz, outros de Criador, e eu de Deus, precisamos estar atentos e não deixar que a negatividade tome conta de nossos corações.

Tudo isto é parte de uma profunda reflexão que não me veio facilmente, mas à custa de, digamos, laboratório, como dizem os atores.

Cheguei à conclusão que muitas vezes é preciso deixar o barco correr, pedir ajuda à Luz, seja ela representada por quem for para você, dormir um pouco e esperar que um novo dia chegue.

A propósito, o dia hoje está lindo e tenho certeza absoluta de que a vida está melhor do que ontem.

Bom dia a todos!!




segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Indiretas

O blog aqui é de paz, porque a ariana aqui gosta de harmonia.
Mas não de indiretas, nem em verso, nem em prosa.
Tudo às claras e sem meias-palavras.

E tenho dito.